sábado, 29 de dezembro de 2012

A criminalidade contra os idosos em 2012 e a realidade da terceira idade ...

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/22-mil-crimes-contra-idosos

Números alarmantes que motivam uma reflexão urgente sobre a promoção e a protecção da terceira idade bem como o envelhecimento activo.

Tal como defendi publicamente há alguns meses junto da Assembleia da República, da comunicação social e da sociedade portuguesa é necessária a criação de uma comissão nacional para a protecção da terceira idade em moldes semelhantes às comissões de protecção de crianças e jovens em risco.

As pessoas idosas são vitimas vulneráveis e "presas" fáceis para os criminosos quer pelo isolamento e pela solidão em que muitas vezes se encontram.

Contudo é preciso estarmos mais atentos não só às burlas, aos roubos ou aos furtos, mas também aos maus-tratos, à negligência e ao abandono de que são vitimas, cada vez mais, infelizmente.

O número de crimes contra idosos será na realidade muito superior aos 22 mil registados pela PSP porque há muitos crimes que nem sequer chegam ao conhecimento das autoridades.

Para além da criação da comissão nacional para a protecção da terceira idade, defendo também o lançamento de uma campanha de sensibilização para alertar e consciencializar a sociedade para os problemas que os idosos enfrentam e são vitimas no dia-a-dia.

É chegado o momento de o país fazer um debate sério e que envolva toda a comunidade sobre o papel do envelhecimento activo na promoção, na protecção e na melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas.

O envelhecimento é um processo natural que não pode continuar a ser visto como algo negativo.

Sendo Portugal, um país com uma população cada vez mais envelhecida, não está preparado nem de longe nem de perto para enfrentar esta realidade sócio-demográfica da população.

É preciso trabalhar no sentido de se encontrar alternativas aos lares que devem ser apenas a ultima solução para as pessoas idosas.

Numa altura em que existe tanto desemprego, porque não potencializar e dinamizar as áreas da gerontologia, da geriatria, da assistência social e do voluntariado através da criação de postos de trabalho que seriam essenciais para o alargamento e ampliação da rede de voluntariado e solidariedade social já existente ?

Estas são apenas algumas ideias ...

O essencial e a prioridade deve ser a promoção e a dinamização das pessoas idosas de forma a que tenham um envelhecimento activo, se sintam bem e com prazer em viver.

Acima de tudo que a sociedade as veja como pessoas úteis e importantes e não como pessoas que estorvam, que incomodam e que só são úteis para se servirem delas para beneficio próprio como acontece no caso da violência financeira.


Balanço de 2012 no que respeita à violência doméstica em Portugal ...

Em 2012, há a lamentar a morte de 40 mulheres, vitimas de violência doméstica. 
O ano de 2012 vai ficar na memória pelos piores motivos. 
A diminuição do número de queixas por violência doméstica às autoridades não é motivo para ficarmos contentes, mas sim para ficarmos ainda mais preocupados porque é sinal de que há um maior número de casos de violência silenciosa que ficam fechados entre quatro paredes.
Para além do aumento de vitimas mortais comparativamente com o ano de 2011, há a assinalar um aumento dos casos das tentativas de homicídio.
As dificuldades económicas associadas à crise económica por si só não explicam estes números negros e dramáticos.
A meu ver é o momento de ter uma actuação mais forte e incisiva no combate ao flagelo social da violência doméstica.
Só com campanhas de sensibilização não vamos conseguir resolver este grave problema.
Está à vista de todos e de todas que a sensibilização permitiu uma maior consciencialização da sociedade, mas ainda muito aquém do desejado.
Está na hora de apostar fortemente na prevenção através da educação para a cidadania e igualdade de género logo a partir do nível pré-escolar e numa actuação mais eficaz, célere e rígida da Justiça de forma a pôr fim à impunidade dos agressores e a garantir uma maior protecção das vitimas.

O problema é que a legislação contra a violência doméstica chegou primeiro que a mudança de mentalidade por parte da sociedade.

Enquanto não houver uma mudança de mentalidade e uma maior consciencialização por parte das autoridades judiciárias de que a violência doméstica é um crime muito grave e que deve ser punido de forma "exemplar", temo infelizmente que o panorama negro não se altere.

O meu desejo para 2013 é que eu esteja redondamente enganado, o que seria uma boa noticia e um sinal positivo.